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Você não é todo mundo!

Há uns 2 anos, publiquei um artigo no LinkedIn sob o título "Você não é todo mundo".

Re-publico o texto aqui, na plena certeza de que o tema é muito atual e muito presente, em todos a interação com crianças e adolescentes.

"Na minha infância e adolescência, sempre que argumentava com minha mãe ou meus irmãos mais velhos que queria ter “tal coisa” ou fazer “tal coisa”, porque todo mundo tinha ou fazia, ouvia uma frase que foi muito mas muito importante na minha vida: “você não é todo mundo!”.


Eu já tinha a noção de como era viver em bando, afinal, era a caçula numa família com 8 filhos, cunhados, sobrinhos, etc. Então, por que era tão importante “não ser todo mundo”?


Valores firmes que levam a criar uma identidade própria. Autenticidade! Valores esses muito questionados por mim (à época), mas que também me protegeram de várias ciladas, me protegeram de mim mesma quando eu tinha dúvidas de quem eu era ou dos meus limites, questionamentos próprios da infância e adolescência.


A instrução “Você não é todo mundo” me deu um norte. Eu não tinha que me sujeitar ao que me fosse oferecido fora da proteção do lar, eu não precisava me expor para ser bem quista e, se o grupo não me aceitasse do meu jeito então aquele grupo não era bom pra mim.


Bem, traçando um paralelo entre a minha realidade na infância e adolescência e a realidade atual das crianças e adolescentes eu pergunto: eles são todo mundo?


Não! Eles são vistos à partir de um modelo único! Colocados, algumas vezes, no mesmo balaio por nós, pais e mães, que desejamos protegê-los e orientá-los na construção de uma identidade própria. Os nossos filhos estão expostos o tempo todo, talvez, porque desejamos que não sejam vistos como diferentes. Todos fazem, todos vão, todos tem, todos usam. Faz parte da grande maioria dessa geração de pais igualá-los para que estejam em posição de destaque, de vantagem sobre a "concorrência". Todo mundo tem e todo mundo faz!


Mas antes de parar de ler meu artigo porque não gostou da colocação, faça só uma pequena reflexão comigo: você deixaria seu filho de 7 ou 10 anos fazer compras sozinho, com uma boa soma de dinheiro no bolso, em plena 25 de Março (rua de muito tráfego e comércio popular em São Paulo) na semana do Natal? Ou permitiria que seu filho de 10 ou 12 anos fosse fazer um safari na África desacompanhado de um adulto?


Acho que a resposta da maioria dos pais seria um redondo “Não! Claro que não!”.


Trazendo essas realidades apontadas aí para o mundo virtual, é exatamente isso o que fazemos quando permitimos que nossos filhos, crianças ou adolescentes, tenham acesso ilimitado aos seus próprios gadgets (smartphones, tablets, desktops ou notebooks), seus perfis próprios divulgados nas redes sociais, cujos nomes a maioria de nós nem sempre sabe, cujo conteúdo e conexões raramente conseguimos acompanhar. Deixamos nossos filhos na boca de predadores, sejam eles pedófilos, “amigos” mal intencionados, sequestradores, ou até mesmo expostos a propaganda inapropriada ou excessiva.


Mas então por que permitir que, apesar dos riscos, eles estejam tão expostos? Seria porque todo mundo tem ou todo mundo faz, certo?


Como mãe e advogada especialista em imagem, penso que precisamos com muita urgência de informação adequada e útil daquilo que pode ser feito para proteger nossas crianças. Com bom senso e legalidade. As vidas de nossos filhos não devem ficar abertas e nem desprotegidas para um mundo para o qual ainda não estejam preparados.


Que tal começarmos com um consciente “Não, você ainda não tem idade para ter um perfil em redes sociais assim como não tem idade para guiar o carro do papai”. Tudo a seu tempo adequado!


Se ainda não sabe como enfrentar essa questão ou tem dúvidas, venha e nos acompanhe para juntos encontrarmos uma solução que proteja nossas crianças e adolescentes e que, principalmente, proteja nossa família."

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